27 de setembro de 2009

Somos todos irmãos!!

Mapa genético mostra que todas as pessoas estão ligadas umas às outras

Se a cor da pele, o sotaque e a forma como nos vestimos revela de onde viemos, os genes fazem o mesmo. E para mostrar que viemos todos de um mesmo ponto do globo, independente do país onde nascemos, da língua que falamos ou dos nossos costumes, uma equipe chefiada pelo pesquisador americano Spencer Wells desenvolveu uma espécie de mapa genético dos moradores do Queens, um dos distritos mais multiculturais de Nova York.
Wells, doutor em genética pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, disse que o objetivo do projeto era mostrar que todas as pessoas estão ligadas umas às outras.
"O que mais me surpreende como cientista é que pudemos comprovar que todos nós viemos da África. Como espécie, saímos todos da África milhares de anos atrás", disse o geneticista. A teoria de que a humanidade saiu da África é amplamente difundida entre cientistas de diferentes áreas, como biólogos e arqueólogos. O mais famoso fóssil de um ancestral do ser humano já encontrado foi descoberto na Etiópia em 1974 e apelidado de "Lucy". A descoberta ajudou a consolidar a fama da região como "berço da humanidade".

"Lucy" - Australopithecus afarensis

"Acredito que esta pesquisa pode contribuir principalmente com o trabalho de arqueólogos e historiadores, que podem usar as informações para tentar explicar de onde viemos", completa o cientista. Na pesquisa da Spencer Wells, a equipe de pesquisadores coletou 50 mil amostras de DNA de pessoas de mais de cem países e identificou alguns marcadores genéticos. Os cientistas mediram a ocorrência destes marcadores nas amostras. "Quando duas pessoas têm o mesmo marcador, isso quer dizer que elas tiveram um ancestral em comum", explicou o geneticista.
O tipo de pesquisa realizada pela equipe do geneticista americano não é novidade. Há anos que o campo de estudo da genética humana mapeia linhagens a partir do DNA de voluntários.Um trabalho semelhante ao de Wells já foi feito por uma equipe da USP (Universidade de São Paulo) na região do Vale do Ribeira, no sul do Estado de São Paulo. Os pesquisadores da universidade mapearam o DNA mitocondrial de membros de dez comunidades quilombolas da região em busca de marcadores genéticos que revelassem ascendência africana, indígena e europeia. Encontraram 51% de contribuição africana e 48% de contribuição ameríndia entre os indivíduos que participaram da pesquisa.
Fonte: UOL Ciência e Saúde

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