Enquanto São Paulo submergia na última terça-feira (8), uma rua dentro da USP (Universidade de São Paulo) enfrentava o temporal como se fosse uma chuvinha: as águas acumuladas no asfalto não ultrapassaram a altura da sarjeta. O segredo dessa rua, criada dentro do Laboratório de Hidráulica da Escola Politécnica, é uma nova tecnologia de asfalto, de acordo com a reportagem deMário Cesar Carvalho publicada na edição deste domingo da Folha.
Segundo o professor de engenharia hidráulica da Escola Politécnica da USP José Rodolfo Martins, responsável pela pesquisa, "O asfalto fica tão poroso quanto a areia da praia".
Com esse novo experimento, a universidade espera auxiliar a cidade a evitar novas enchentes, como a que ocorreu na última semana. O professor pretende criar um revestimento que retarde em 50% a velocidade com que as águas chegam aos rios e córregos da cidade.
O aumento da porosidade da cidade é essencial para reduzir o impacto das enchentes por duas razões, segundo o engenheiro Mario Thadeu Leme de Barros: eleva a absorção de água e reduz a criação de ilhas de calor, que potencializam as tempestades. Segundo ele, asfalto poroso pode ser usado em grandes áreas impermeáveis, como estacionamentos.
A chuva que atingiu São Paulo na última terça-feira provocou oito mortes e provocou um caos na cidade. Ruas, avenidas e rodovias foram inundadas e a cidade teve mais de cem pontos de alagamento. Até hoje, bairros da zona leste continuam alagados.
Em 24 horas, choveu 77,4 mm (cada milímetro equivale a um litro de água por metro quadrado) --o maior volume registrado desde 1999 pelo CGE em apenas um dia. No dia, oito pessoas morreram na região metropolitana. Desde o início do mês, foram registradas 23 mortes em todo o Estado.
Fonte: Folha de São Paulo
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